29 de novembro de 2006

Eles e Elas

Porque eles serão sempre eles e elas serão sempre elas, sejam os anos 70, 80, 90 ou 2000...
E algumas coisas simplesmente não mudam!

12 de novembro de 2006

Uma noite de Inverno



A neve caía lá fora, formando um manto branco, cobrindo todas as outras cores. Viam-se as pegadas que as pessoas apressadas deixavam ao correr para casa. Estava frio, e nem os casacos, cachecóis e gorros eram suficientes para se manterem aconchegadas... Era urgente o conforto da casa, o acolhimento da fogueira. Mas não para eles.
A eles bastava-lhes o chocolate quente que tomavam no Café e o calor das gargalhadas que partilhavam. Lá fora viam o corrupio do fim do dia, mas deixaram-se ficar sentados, observando o manto branco ficar cada vez mais desfeito, mais imperfeito. Todavia, parecia-lhes o dia mais perfeito de sempre! Na imperfeição das pegadas e marcas dos pneus dos carros, compreenderam como era o caminho de regresso ao lar, às pessoas significativas, ao afecto e carinho. Porque é principalmente nos dias frios que procuramos os abraços e os beijos que despertam a chama interior que nos aquece. Mas para eles não.
Ainda não era altura de se separarem para voltarem para casa. Ainda não era o momento de terminarem o encontro. Não estavam abraçados, não se tinham beijado, mas estavam mais confortáveis do que nunca na companhia um do outro.
O Café foi ficando vazio, as mesas ficaram despidas e eles nem tinham dado conta do tempo a passar! Era como se nada mais existisse para além deles os dois. E, subitamente, aperceberam-se como aquela pequena mesa parecia separá-los como se fosse um oceano, como eram tão importantes um para o outro. Mas nenhum deles sabia!
Nunca tinham trocado carícias, nem juras de amor, nem promessas. Não havia certezas do papel que desempenhavam na vida um do outro, mas ambos esperavam que fosse um papel primordial.
Chegara a altura de saírem, o Café ia fechar.
Ao abrir a porta foram cumprimentados pela corrente de ar frio. Apertaram os casacos e saíram. Ela primeiro, ele atrás dela. No fim das escadas ela voltou-se para ele. Enroscava as mãos uma na outra e tinha os olhos mais brilhantes do que nunca.
«Como és bonita!», pensou ele, mas sem coragem para lhe dizer.
«Como adoro o teu sorriso!», pensou ela, mas não lho conseguiu dizer.
– Bem, separamo-nos aqui, não é? Falamos amanhã?, perguntou ele, ansioso pela resposta.
– Sim... Claro, telefona-me amanhã, está bem?, pediu ela, já com saudades da sua presença.
Ele sorriu. Ela sorriu também. Ele aproximou-se dela para se despedir. Ela também.
Ele colocou a mão dele na cintura dela. Ela colocou a mão dela no pescoço dele. E, imprevisivelmente, as suas bocas encontraram-se pelo caminho. E eles beijaram-se. Ternamente. Como se aquele fosse o beijo por que tanto tempo tinham esperado e que tanto tempo demorou a acontecer. Mas era mesmo esse beijo! Aquele que sempre quiseram trocar e nunca o tinham feito por medo. Medo da reacção do outro, da resposta que os esperava. Agora que acontecera não restavam dúvidas! Era paixão o que existia entre eles... e ambos estavam certos disso!
Ficaram abraçados. Já não tinham frio. Era como se o Sol brilhasse mesmo por cima deles. Nos braços um do outro sentiam-se protegidos, tal como nos sentimos nos dias quentes de Verão.
– Até amanhã, então!, disse ele, olhando-a nos olhos.
– Até amanhã!, respondeu ela com o seu sorriso de felicidade.
– Adoro-te, sabias?, perguntou ele. Ela acenou com a cabeça. Ele beijou-a novamente.
Separaram-se, mas as suas mãos mantinham-se juntas. À medida que os passos os afastavam também as mãos se começaram a distanciar. Antes de seguirem direcções opostas, os seus olhares cruzaram-se uma última vez naquela noite.
Ambos levavam a felicidade nos lábios, descrita num sorriso e numa gargalhada contida. E assim regressaram a casa como os restantes, felizes apesar do frio de uma noite de Inverno.

1 de novembro de 2006

Orgulho de ser Português

Portugal vale a pena
Nicolau Santos,
Director adjunto do Jornal Expresso
In Revista Exportar

Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade de recém-nascidos do mundo, melhor que a média da União Europeia.
Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.Mas onde outra é líder mundial na produção de feltros para chapéus.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende para mais de meia centena de mercados.E que tem também outra empresa que concebeu um sistema através do qual você pode escolher, pelo seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filmeque quer ver e a cadeira onde se quer sentar.
Eu conheço um país que inventou um sistema biométrico de pagamentos nas bombas de gasolina e uma bilha de gás muito leve que já ganhou váriosprémios internacionais.E que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, onde se fazem operações que não é possível fazer na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos. Que fez mesmo uma revolução no sistema financeiro e tem as melhores agências bancárias da Europa (três bancos nos cinco primeiros).
Eu conheço um país que está avançadíssimo na investigação da produção de energia através das ondas do mar. E que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os clientes de toda a Europa por via informática.
Eu conheço um país que tem um conjunto de empresas que desenvolveram sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos a pequenas e médias empresas.
Eu conheço um país que conta com várias empresas a trabalhar para a NASA ou para outros clientes internacionais com o mesmo grau de exigência. Ou que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas. Ou que vai lançar um medicamento anti-epiléptico no mercado mundial. Ou que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça. Ou que produz um vinho que "bateu" em duas provas vários dos melhores vinhos espanhóis. E que conta já com um núcleo de várias empresas a trabalhar para a Agência Espacial Europeia. Ou que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamentos de cartões pré-pagos para telemóveis. E que está a construir ou já construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um pouco por todo o mundo.
O leitor, possivelmente, não reconhece neste País aquele em que vive - Portugal.
Mas é verdade. Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses. Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Primavera Software, Critical Software, Out Systems, WeDo, Brisa, Bial, Grupo Amorim, Quinta do Monte d'Oiro, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Space Services. E, obviamente, Portugal Telecom Inovação. Mas também dos grupos Pestana, Vila Galé, Porto Bay, BES Turismo e Amorim Turismo. E depois há ainda grandes empresas multinacionais instaladas no País, mas dirigidas por portugueses, trabalhando com técnicos portugueses, que há anos e anos obtêm grande sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal, McDonalds (que desenvolveu em Portugal um sistema em tempo real que permite saber quantas refeições e de que tipo são vendidas em cada estabelecimento da cadeia norte-americana).
É este o País em que também vivemos.É este o País de sucesso que convive com o País estatisticamente sempre na cauda da Europa, sempre com péssimos índices na educação, e com problemasna saúde, no ambiente, etc. Mas nós só falamos do País que está mal. Daquele que não acompanhou o progresso. Do que se atrasou em relação à média europeia.Está na altura de olharmos para o que de muito bom temos feito. De nos orgulharmos disso.
De mostrarmos ao mundo os nossos sucessos - e não invariavelmente o que não corre bem, acompanhado por uma fotografia de uma velhinha vestida de preto, puxando pela arreata um burro que, por sua vez, puxa uma carroça cheia de palha. E ao mostrarmos ao mundo os nossos sucessos, não só futebolísticos, colocamo-nos também na situação de levar muitos outros portugueses a tentarem replicar o que de bom se tem feito.
Porque, na verdade, se os maus exemplos são imitados, porque não hão-de os bons ser também seguidos?

Uma segunda oportunidade


Quem não gostaria de saber como seria se tivesse tomado a outra opção?...
Quem não gostaria de ter uma segunda oportunidade?...


Maybe I went to bed one lonely night in December and I imagined it all. But I swear, nothing has ever felt more real. And if you get on that plane right now, it'll disappear forever. I know we could both go on with our lives and we'd both be fine, but I've seen what we could be like together. And I choose us.
Jack (Nicholas Cage) in The Family Man (Dois Destinos)