27 de novembro de 2008

Como Água para Chocolate

Já tinha pansado em lê-lo antes, mas quando comecei não me pareceu muito interessante.. Depois de uma amena e cultural conversa com umas amigas lá resolvi insistir, e gostei muito! Romântico, misterioso e deveras original. Uma forma muito invulgar de abordar o amor proibido numa perspectiva feminina num México rural, no início do sec XX.
Recomendo vivamente a quem tiver interesse no género!
"Como vê, todos temos no nosso interior os elementos necessários para produzir fósforo. Mais ainda, deixe-me dizer-lhe uma coisa que não confiei ainda a ninguém. A minha avó tinha uma teoria muito interessante, dizia que embora todos nasçamos com uma caixa de fósforos no nosso interior, não os podemos acender sozinhos, precisamos, conmo na experiência, de oxigénio e da ajuda de uma vela. Só que neste caso o oxigénio tem de vir, por exemplo, do hálito da pessoa amada; a vela pode ser qualquer tipo de alimento, música, carícia, palavra ou som que faça disparar o detonador e assim acender um dos fósforos. Por momentos sentir-nos-emos deslumbrados por uma intensa emoção. Dar-se-á no nosso interior um agradável calor que irá desaparecendo pouco a pouco conforme passa o tempo, até vir uma nova explosão que o reavive. cada pessoa tem que descobrir quais saõ os seus detonadores para poder viver, pois a combustão que se dá quando um deles se acende é que alimenta a alma de energia. Por outras palavras, esta combustão é o seu alimento. Se uma pessoa não descobre a tempo quais são os seus próprios detonadores, a caixa de fósforos fica húmida e já nunca poderemos acender um único fósforo.

Se isso chegar a acontecer a alma foge do nosso corpo, caminha errante pelas trevas mais profundas procurando em vão encontrara alimento sozinha, não sabendo que só o corpo que deixou inerme, cheio de frio, é o único que poderia dar-lho. "

in Como água para chocolate de Laura Esquivel

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