7 de maio de 2006

As Verdadeiras Primaveras

Para todas as Mães, as verdadeiras Primaveras (especialmente dedicado - sem ofensa para as restantes - à Mãe mais fantástica de todas: a minha!!)


Cena de primavera

As flores o seu vermelho perdem, frágil,
Os damascos são pequenos, e verdes.
Esvoaçam andorinhas,
E verde a água rodeia uma das casas.
Dos ramos voaram já, uma vez mais,
Muitos dos amentos de salgueiro.
Onde é que não haverá, na terra, ervas fragantes?

Dentro do muro, um baloiço de jardim: fora, uma rua.
Fora do mundo, um transeunte.
Lá dentro, um riso – de rapariga bonita,
Que a pouco e pouco se extingue.
E agora um coração em fúria, o dela
Contra quem mostrou não ter nenhum.

Su Dongpo (Su Shi)

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